Quem contrata segurança patrimonial clandestina deve estar preparado para correr mais riscos ao invés de estar mais seguro.
A clandestinidade no setor de segurança privada no Brasil é um tema debatido e questionado há muito tempo, mas que ainda não encontrou uma forma de ser devidamente solucionado. Parece impossível identificar, fechar e punir seus responsáveis, simplesmente por ser uma “empresa fantasma”. Mas e se o contratante passar a ter um papel mais relevante nesta história?
Para ter ideia do tamanho da clandestinidade no segmento de segurança privada no Brasil, estima-se que temos três vigilantes ilegais para um legal. De acordo com o levantamento da Polícia Federal, em setembro de 2015 o Brasil contava com exatos 611.117 vigilantes legalmente ativos. Então pode-se estimar que temos cerca de 1.8 milhão “vigilantes” clandestinos, operando à margem da lei, sem garantias trabalhista e jurídicas, sem a devida formação e treinamento. Não acha isso preocupante?
As empresas de segurança clandestinas existem porque há quem as contrate em busca de serviços mais baratos, chegando até à 30% do valor de mercado. Um empresa de segurança regularizada tem um custo fixo altíssimo, sendo pelo menos 85% dos custos compostos por despesas obrigatórias como remuneração, encargos, impostos e insumos, sobrando 15% para se administrar custos operacionais e lucro.
As complicações de uma empresa que contrata segurança ilegal são muitas. Se uma empresa é clandestina, ela não pode registrar os funcionários (pelo menos na função certa – de vigilante – pois seria controlada pela Polícia Federal), nestes casos, é certo que problemas trabalhistas virão com mais ou menos dias e o tomador de serviços será incluído no pólo passivo. Além da formação técnica, treinamento, reciclagem e avaliação psicológica para exercício da função.
Há empresas, compliance, que exigem cada vez mais que seus parceiros e prestadores de serviços sigam à risca (e provem isso) todas as determinações de órgãos de regulamentação, abrangendo as áreas fiscal, contábil, financeira, ambiental, jurídica, previdenciária, social, etc. Para algumas empresas, tudo isso é despesa e perda de tempo. Para outras, compliance é segurança, tranquilidade, economia, foco, produtividade, imagem de marca e reputação.
Diga não à clandestinidade.